sábado, 2 de maio de 2009

Apelo aos leitores deste blogue

Este blogue esteve parado os meses de Março e Abril passados. Quando retomámos demos conta de um comentário no texto de 27 de Fevereiro dum tal
Paximperia21 que consideramos típico de mentalidade militatrista,seja o seu autor militar ou não.
Militarista é por definição aquele que pensa que resolve os problemas,as questões,os conflitos nacionais ou internacionais através da guerra.
Os militaristas,civis ou militares são os maiores inimigos da PAZ .
Por isso ,apelamos a que todos aqueles que o não são ou que simplesmte consideram que as forças armadas portuguesas devem ser extintas,que nos periodos eleitorais que temos pela frente - eleições para o Parlamento europeu e eleições para a Assembleia da República - questionem os partidos sobre a (des)necessidade das forças armadas .
Apelamos também a que os leitores deste blogue participem com textos,comentários,nas votações nele propostas e divulguem por todos os meios a vontade de convocar um referendum para extinguir as forças armadas.
Os militaristas têm medo da Paz !
Não podem ouvir falar de paz,ficam logo em pé de guerra.
O seu grande argumento é o insulto.Mas estão organizados ou a organizar-se: patéticamente, organizaram-se para votar neste blogue contra a extinção das forças armadas.Em poucos dias,depositaram 60 votos contra.
Também aqui os leitores poderão dar-lhe a resposta.

7 comentários:

Vitor Miranda disse...

Talvez me possa elucidar. Com a extinção das forças armadas como propoem. Quem vai cumprir as missões que lhe estão atribuidas e que elas desempenham todos os dias?

E não estou a falar de missões de "guerra" nem de missões no exterior que tanta impressão lhe fazem, mas a tarefas diarias de controlo do espaço aéreo, fiscalização da ZEE, fiscalização de pescas, busca e salvamento, transporte aéreo estratégico e táctico, evacuações sanitárias, tarefas de engenharia de apoio às populações, etc etc. Poderia continuar com a lista mas penso que já percebeu onde quero chegar.

Tenho muita curiosidade em ver esta questão respondida será que tem uma resposta para mim?

Heroi. disse...

"este blogue contra a extinção das forças armadas.Em poucos dias,depositaram 60 votos contra.
Também aqui os leitores poderão dar-lhe a resposta."

O homem, não vê que somos os unicos a dar importancia ao seu blog, mais ninguem liga as suas ideias, se quizer tire a votação, para não ficar humilhado! Ou meta publicidade na TV sobre o seu blog...Enfim..Vou mas é dormir!

Amanha tenho aulas.

Make peace not war disse...

Vitor Miranda :
Felicito-o por ter colocado as questões com objectividade.
Não sei bem ao que se refere quando fala de "trnsporte aéreo estratégico e táctico".Para não mandar palpites,espero que concretize e responder-lhe -emos.
Quanto às outras tarefas diárias ,como lhe chama,que considero muito importantes,podem perfeitamente ser desempenhadas por serviços civis desde que disponham dos meios humanos e materiais necessários.
Aliás,em maior ou menor escala já o são.
O que eu defendo é pura e simplesmente a extinção das forças armadas como máquina de guerra e que actua ou pode actuar como tal.
Outos países poderão necessitar delas,nós não.
Os pequenos paises quase sempre(ou mesmo sempre) quanto mais armados estão
mais vitimas acabam por ser das guerras em que se envolvem ou são envolvidos.Falo das guerras com outros países e tb ,o que é ainda pior,das guerrs civis.
Para não me alongar muito ,continuaremo s em nova oportunidade.
Pode levantar as questões que quiser,que se soubermos responderemos.

Com os meus cumprimentos

Make peace not war disse...

Heroi :
Respondi ao comentário que fez noutro texto.
Quanto a este:
este blogue tem pouco tempo de existência e tem sido pouco trabalhado,pelo que não é de admirar ue tenha ainda poucos leitores. Mas não se iluda com isso.As ideias são partilhadas por muita gente.Há muitos blogues por todo o mundo a defender ideias idênticas.Que aliás nem são novas.De Buda (Sidharta),Cristo,Ghandi,Luther King,Nelson Mandela ,para só citar os mais conhecidos,há muitos milhões por todo o mundo,a defender o pacifismo,isto è ,a condenar as guerras,a defender a via pacífica para resolução dos conflitos.
Em Portugal,os adeptos desta ideia tb são muitos.Por questões tácticas os partidos de esquerda(talvez tb por gratidao pelo 25 de Abril) tem relegado esta questão para segundo ,terceiro ou quarto plano(quanto a nós erradamente).
Como fala de publicidade na TV,gostaria de lá ir debater este tema.Mas as televisões como sabe só transmitem aquilo que convém aos donos e governos,que são sempre os mesmos.
Até nem duvido que muitos militares,após discussão serena e séria sobre estas questões,tomaria o partido da extinção.Muitos,desempenhariam em termos civis os mesmos ou idênticos serviços que desempenham como militares.Com vantagem para eles e para a comunidade.

Cumprimentos

Vitor Miranda disse...

Ora bem vamos por partes.

O que quero dizer com “missões de transporte aéreo estratégico e táctico”, refiro-me portanto a todas situações em que a Força Aérea faz uso das suas aeronaves para fazer o transporte de pessoas e equipamentos por via aérea.

Exemplos em que isso acontece:

Missões de transporte de Ajuda humanitária para o exterior, (ou interior de Portugal se for caso disso), quando é o caso de grandes catástrofes (Ex: terramotos).
Missões de transporte de pessoas e bens entre ilhas como acontecem nos casos dos Arquipélagos de Madeira e Açores.
Existe também um destacamento da força aérea com uma aeronave que fazia transporte aéreo entre as ilhas de S. Tomé e Príncipe e Cabo Verde em apoio aos Estados daqueles países conforme os acordos de cooperação existentes.
É frequente a Força Aérea fazer evacuações de urgência de doentes em estado grave para hospitais do continente e efectuar missões de busca e salvamento em alto mar.

Podia alongar-me, acredite que a lista de situações é extensa mas penso que já percebeu o meu ponto de vista.

Quanto às outras tarefas que diz que podem ser executadas por entidades civis, há-de explicar-me por favor qual é o organismo que poderá fazer o controlo do nosso espaço aéreo ou das nossas águas territoriais???? Sem ser a Força Aérea e a Armada respectivamente. Eu pessoalmente não estou a ver quem!!!!

Vamos então acabar com as forças armadas como diz e dotar as estruturas civis de “meios humanos e materiais necessários” como diz???? Acabe-se com a Força Aérea e ficamos com uma “guarda aérea civil” que fará o policiamento dos nossos céus!
Ou seja acaba-se com uma estrutura que já existe e funciona há varias dezenas de anos para “subcontratar o trabalho a civis” que irão com certeza dar conta do recado!!!!!

Deixemo-nos de brincadeiras por favor. Portugal como país soberano e independente não pode prescindir dos militares. Lamento que veja a instituição militar como um instrumento de guerra mas devia vê-la antes como um instrumento de salvaguarda da paz.

Num mundo cada vez mais perigoso e cheio de ameaças difusas parece-me um pouco ingénuo essa pretensão de querer desarmar o país e esperar que tudo corra bem e sem problemas daí para a frente.

Se me disser que as forças armadas portuguesas actualmente estão mal dimensionadas tanto humana como materialmente para a realidade existente e aquilo que o Pais necessita delas. Concordo consigo totalmente mas falar em extinção é pura e simplesmente loucura.

Make peace not war disse...

Vitor Miranda:
Mais uma vez obrigado pela forma correcta como encara esta questão.
Fui militar durante dois anos e meio:recuta em Mafra e oficial miliciano em várias unidades do exército,de Norte a Sul. A minha experiência é limitada,reconheço.Mas a questão não é militar,é política.
Enquanto militar que concerteza é,e profissional,respeito completamente a sua tomada de posição.Nem lhe ficaria bem defender outra.Digo isto não só em relação a sim ,mas em relação a todos os seus camaradas de armas.È que um militar pelo facto de o ser,não deixa de ser pessoa e cidadão.E estas duas qualidades,covenhamos,estão muito acima da qualidade de militar ,profissional ou não.
As missões que refere não acredito que haja alguém que a elas se oponha!E por que haveria de opor-se? Pelo contrário,sou defensor de que Portugal deve apetrechar-se humana e materialmente de mais meios de caracter humanitários e socorristas.E não só para nosso benefício mas também de apoio no estrangeiro ,onde fôr necessário.
Por exemplo é para nós incompreesível ,não dispormos de meios aéreos (e outros em quantidade suficiente) para combater fogos.
Em contrapartida ,comprámos recentemente carros de combate,aviões,fragatas e submarinos sem qualquer utilidade e que nos custam balúrdios,a nós e ás futuras gerações.
Como pelos vistos è militar da força aérea,teria algum problema em desempenhar as missões que refere no seu comentário,não como militar,mas como civil?
Para essas missões só podem empregar-se meios humanos e materiais militares ou também podem ser civis?
Do que refere o que é que não pode ser desempenhado por civis?
Quanto a sermos um país indepemdente,tenho muito orgulho nisso.
Mas para quê forças armadas? Quem nos quer ocupar,invadir?
E no caso das "ameaças difusas" que refere,julgo que ao terrorismo,combatem-se com forças armadas?
Necessitamos,do nosso ponto de vista,não de forças armadas mas sim de eficientes serviçs de informação,forças de segurnça interna eficientes,e ,especialmente,de uma política intrnacional virada para a paz e não para a guerra.
Com menos meios que os dispendidos com as forças armadas,poderemos ter tudo isto e ainda sobrarem muitos recursos para o nosso desenvolvimento social,cultural e económico.
Acabar com as forças armadas significa acabar com a componente militar,por absolutamente inútil .
Brevemente,publicaremos um ou mais textos sobre esta matéria para que fique absolutamente clara a nossa posição,isto é,o que pretendemos com a extinção das forças armadas.

Com os meus cumprimentos

Vitor Miranda disse...

Em primeiro lugar devo dizer-lhe que não sou militar.

Quanto ao facto de o Estado Português não ter meios aéreos próprios de combate a incêndios deve-se a uma opção politica de subcontratação desses serviços a empresas civis retirando essas funções que dantes eram executadas por aeronaves da Força Aérea Portuguesa.
Ao fim ao cabo algo parecido com aquilo que está a propor, deixarem os militares de cumprir essas missões para ser uma entidade civil a faze-lo. Com os resultados práticos que todos conhecemos.

É verdade como refere que recentemente foram adquiridos alguns sistemas de armas que para alem de dispendiosos, de pouco servem ao país e as forças armadas em situação operacional. Concordo plenamente consigo neste aspecto aliás já o tinha referido no comentário anterior que as forças armadas portuguesas se encontram mal dimensionadas tanto humana como materialmente para a realidade actual.
Continuamos a ter uma estrutura orgânica “pesada” do tempo da guerra fria com um exercito territorial que assenta em grandes unidades.
Seria necessária transformar esta estrutura em algo mais ágil e leve com unidades mais pequenas e obviamente adequar os equipamentos que se compram à realidade, necessidade e dimensão do país.

Como lhe disse no inicio não sou militar da força aérea, no entanto não me parece como diz na sua resposta que um piloto civil esteja habilitado a sentar-se no cockpit de um avião de combate e fazer uma missão de intercepção de uma aeronave não identificada que não responda as ordens do controlo de tráfego aéreo português pondo em risco os corredores de voo do inúmero tráfego que cruza os nossos céus diariamente. Antes que diga que esta situação não ocorre em Portugal deixe que lhe diga que a Esquadra 201 baseada em Monte Real faz mensalmente dezenas de intercepções de aeronaves civis que entram inadvertidamente nos corredores de voo e não seguem as instruções do controle de tráfego. Está a ver a catástrofe que seria se uma dessas aeronaves por acidente choca com um avião comercial com centenas de pessoas a bordo. Ora se nós extinguirmos as forças armadas será isso que vai acontecer será como tirarmos as patrulhas da Brigada de trânsito da GNR das estradas e ingenuamente rezar para que o número de acidentes não aumente.
Está a ver estas funções a poderem ser desempenhadas por civis? Porque eu sinceramente não estou!!!!

Continua a insistir que as forças armadas só servem para nos defendermos de quem nos quer “invadir e ocupar” nada de mais errado. É claro que no contexto geopolítico e geoestrategico actual os riscos de Portugal ser invadido e ocupado são tão grandes como do Benfica ganhar o campeonato esta época no entanto embora a função de defesa nacional seja uma das funções das forças armadas ela não é a única.
Queira considerar a seguinte situação em que é necessário evacuar cidadãos portugueses ou europeus de um país em conflito. Situação que já ocorreu no passado como em Angola, Zaire ou Guiné nos anos noventa quando das guerras civis que assolaram esses países. Quem desempenhará estas missões senão as forças armadas e olhe que no caso da Guiné a evacuação foi feita em condições muito difíceis e por vezes debaixo de fogo. Não está a ver por certo um qualquer funcionário público civil desempenhar estas tarefas ou está?

Peço desculpa por me ter alongado um pouco mas foram apenas pequenos exemplos de como não podemos prescindir das estruturas militares sem com isso não quer dizer que devemos descurar outras áreas também importantes como o nosso desenvolvimento social, cultural e económico como refere.